terça-feira, 31 de julho de 2018

O GRANDE AMOR DO REI



 Havia um reino muito tranquilo e arborizado, repleto de passarinhos que todas as manhãs encantavam o povo com seus cantos. Porém, algumas pessoas resolveram se ‘divertir’, caçando e matando as pobres aves. Pouco tempo depois, o reinado perdeu o brilho e a atmosfera de alegria gerada pelos pássaros. Então o Rei assinou um decreto: “Fica proibido atirar pedras ou matar qualquer ave deste reino. Qualquer pessoa, adulto ou criança que violar esta lei será condenada à morte”. Depois da divulgação dessa lei as pessoas ficaram com medo, e as aves voltaram a se reproduzir e embelezar o país.

Certo dia, porém, alguns ministros do rei viram crianças atirando pedras em algumas aves. Quando eles se aproximaram, viram dezenas de passarinhos mortos. E para surpresa de todos: o menino que liderava a matança era o filho do Rei. Logo a notícia de que o príncipe matava passarinhos se espalhou pelo povoado. Quando soube disso, o monarca ficou profundamente triste. Como poderia condenar o seu próprio filho à morte? E se não aplicasse a lei ao seu próprio filho perderia sua autoridade diante do povo. Depois de um dia inteiro de reflexão, o rei se pronunciou:
- Durante o meu reinado sempre atuei com justiça e igualdade. Hoje não será diferente. Como sempre fiz, a lei será cumprida... mesmo que o réu seja o meu amado filho.

Todos se admiraram e o príncipe começou a chorar desesperadamente. Olhando para o filho, o rei continuou:
- Você é réu de morte. A lei não pode ser anulada.  Por isso, eu decreto que hoje mesmo EU devo ser morto em seu lugar para que a justiça seja feita.
Para espanto de todos, na tarde daquele mesmo dia, o rei foi executado em favor do seu filho.

Fonte: Pagliarin, Juanribe. O rei morre no lugar do filho. Adaptado por Joel Souza.