Refletindo sobre o relato do Bom Samaritano,
narrado por Jesus nos Evangelhos, Martin Luther King Jr. ressalta que três
fatores distinguem o comportamento do samaritano, tornando-o “a consciência da
humanidade”. Em primeiro lugar, seu altruísmo era universal;
ele não se importou com a raça, a religião ou a nacionalidade da vítima,
importou-se apenas com o fato de tratar-se de um ser humano necessitado de
cuidados.
Segundo, o altruísmo do samaritano era perigoso. Ele colocou-se em risco porque a estrada de
Jerusalém era notória pelos assaltantes e ladrões. Contorcia-se por mais de
trinta quilômetros pelas montanhas e havia muitos locais onde uma pessoa podia
sofrer uma emboscada ou ser atacada.
Finalmente, o altruísmo do samaritano era excessivo. Ele lavou e cobriu os ferimentos do homem
com suas próprias mãos. Ao invés de pedir ajuda, levou o homem para uma estalagem
sozinho e deu duas moedas de prata por seu alojamento – o equivalente a dois
dias de trabalho do homem médio, e o suficiente para pagar cerca de um mês na
estalagem. Até ofereceu-se para voltar e dar mais dinheiro se o dono da
estalagem tivesse alguma despesa extra. Ao fazer tudo isso, o samaritano foi
muito além do que era exigido dele por lei ou por qualquer padrão de
moralidade. Ele foi motivado pelo amor.
Michael
Lynberg. Faça de cada dia uma obra-prima. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. p. 192. Adaptado.