Certo dia, porém, alguns ministros do rei viram
crianças atirando pedras em algumas aves. Quando eles se aproximaram, viram
dezenas de passarinhos mortos. E para surpresa de todos: o menino que liderava
a matança era o filho do Rei. Logo a notícia de que o príncipe matava
passarinhos se espalhou pelo povoado. Quando soube disso, o monarca ficou profundamente
triste. Como poderia condenar o seu próprio filho à morte? E se não aplicasse a
lei ao seu próprio filho perderia sua autoridade diante do povo. Depois de um
dia inteiro de reflexão, o rei se pronunciou:
-
Durante o meu reinado sempre atuei com justiça e igualdade. Hoje não será diferente.
Como sempre fiz, a lei será cumprida... mesmo que o réu seja o meu amado filho.
Todos se admiraram e o príncipe começou a
chorar desesperadamente. Olhando para o filho, o rei continuou:
-
Você é réu de morte. A lei não pode ser anulada. Por isso, eu decreto que hoje mesmo EU devo ser
morto em seu lugar para que a justiça seja feita.
Para espanto de todos, na tarde daquele mesmo
dia, o rei foi executado em favor do seu filho.
Fonte:
Pagliarin, Juanribe. O rei morre no lugar do filho. Adaptado por Joel Souza.